Trump eleva tarifas sobre aço e alumínio; Brasil está entre os mais afetados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou ontem que o aumento das tarifas sobre a importação de aço de 25% para 50% entrará em vigor na próxima quarta-feira, 4 de junho, e esclareceu que o aumento também se aplica ao alumínio.
"É uma grande honra aumentar as tarifas sobre o aço e o alumínio de 25% para 50%, com efeito a partir de quarta-feira, 4 de junho. Nossas indústrias de aço e alumínio estão voltando como nunca", escreveu o presidente americano em sua rede social Truth Social.
Ele acrescentou que esta será "mais uma grande sacudida de ótimas notícias para nossos maravilhosos trabalhadores" da indústria.
Antes, Trump havia anunciado o aumento das tarifas em um comício realizado ontem em uma planta da metalúrgica U.S. Steel em Pittsburgh, na Pensilvânia, estado estratégico do nordeste em termos eleitorais e berço da indústria siderúrgica do país.
"As taxas protegem o aço dos EUA contra dumping. Ninguém vai evitá-las", acrescentou o presidente no pódio, diante de trabalhadores que usavam capacetes e jaquetas com faixas refletivas.
Segundo o presidente americano, inicialmente ele pensou em aumentar essas tarifas para 40%, mas executivos da indústria pediram que ele as elevasse para 50%.
O Brasil está entre os mais afetados pela medida. De acordo com a istração de Comércio Internacional dos EUA, de março de 2024 a fevereiro de 2025, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os EUA, com 3,7 milhões de toneladas métricas, seguido pelo México, com 2,9 milhões. O primeiro é o Canadá.
Os EUA importam cerca de metade do aço e do alumínio que utilizam em setores como o automotivo, aeroespacial, petroquímico e de bens de consumo básicos, como produtos enlatados.
Vitória na Justiça
O anúncio de Trump ocorreu apenas um dia depois que um tribunal de apelações suspendeu o bloqueio da Corte de Comércio Internacional de grande parte da política tarifária do presidente americano sobre exportações de vários países.
Esse bloqueio não teria afetado as taxas sobre o aço, mas sim as anunciadas em 2 de abril, que consistem em uma tarifa global de 10% para praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA.
Além disso, também teria bloqueado uma proporção - que ficou congelada até julho para a de acordos —que varia de acordo com o país, em função dos déficits e volumes comerciais, e que a Casa Branca classificou como "tarifas recíprocas".