Sebastião Salgado fotografou Lula nos anos 80 no sindicato, relembra colega
O fotógrafo Sebastião Salgado, que morreu hoje aos 81 anos, fez imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando atuava à frente do sindicato, em São Bernardo do Campo (SP), nos anos 1980, relembrou o colega dele Hélio Campos Mello durante o UOL News, do Canal UOL.
Eu o conheci tempos atrás, em 1980, quando a gente vivia uma ditadura. Havia o Sindicato Metalúrgico de São Bernardo do Campo, que era liderado pelo Lula, pelo Luiz Nascimento Lula da Silva. E a gente estava cobrindo aquilo e, de repente, tinha um cara que ninguém conhecia, os fotógrafos não conheciam.
Era o Sebastião Salgado, que veio contratado por uma revista sa, Actuelle, que era uma revista de esquerda, tocada pelo pessoal do movimento de 1968 na França. A gente conversou muito e tal. Tem até uma foto dele uma foto do Lula, com ele em cima de uma mesa. Hélio Campos Mello, colega de Salgado
Sebastião Salgado morreu hoje, aos 81 anos, em Paris, na França. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não governamental para recuperação ambiental fundada por Salgado.
Ele morava com a mulher, Lélia Salgado, e o Filho Rodrigo, em um apartamento em Paris, perto da Praça da Bastilha. O estúdio dele na cidade guarda um acervo com mais de 500 mil imagens.
Em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada em fevereiro de 2024, o profissional declarou que, ao completar 80 anos, o corpo não era mais o mesmo e havia chegado a hora de deixar de lado as grandes reportagens. À época, o artista garantiu que a iminência da morte não o assombrava.
O Sebastião estava do lado certo da história. E seria muito importante nos momentos de hoje ter um Sebastião para lutar do lado certo da história. Ele sempre percebeu, viu e registrou todas as nossas mazelas, né? Enfim.
E eu? Não tem muito o que falar, não. Aliás, tem muito, mas não tem muito, porque ele é o que ele era, uma referência. Enfim, o material dele é maravilhoso, as fotos dele são incríveis, e o trabalho dele permanecerá.
Ele morre hoje aos 81, mas o trabalho dele vai ficar para a história, que, na realidade, a função da fotografia, documental, fotojornalismo, é você registrar os momentos da história que tem que ser lembrados e exemplificados como a gente deve e não deve fazer as coisas.
Então, o Sebastião foi muito importante nisso e a história dele continuará, evidentemente, assim como o olhar desse cara, dessas pessoas que ele fotografou, tem essa baita força que ele tinha também. Hélio Campos Mello, colega de Salgado
Josias se emociona ao falar de Sebastião Salgado: 'Ele produzia obras de arte'
O colunista do UOL Josias de Souza se emocionou ao falar sobre a morte do fotógrafo Sebastião Salgado, seu ex-colega de trabalho, durante comentário no UOL News. Os dois trabalharam juntos no jornal Folha de S.Paulo.
O Salgado não produzia fotos, produzia obras de arte. E quem tinha... (pausa). Ele tinha uma sensibilidade extraordinária. E fico imaginando o sofrimento da companheira dele, a Lélia.
Além de extraordinário fotógrafo, foi um militante sobre determinados causas e teve aventuras de estar sempre do lado adequado. Se exilou na França e estabeleceu o seu trabalho ali com os principais meios de comunicação do mundo. Ganhou a perenidade dos livros.
Cada foto era uma série da vida dele. É um brasileiro que, de fato, orgulha o país. É uma pena. Perdemos uma pessoa que dignifica o Brasil. Vai fazer falta. Josias de Souza, colunista do UOL
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