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Poze do Rodo deixa prisão após decisão do TJ; MC é recebido por multidão

do UOL

De Splash, em São Paulo

03/06/2025 12h05Atualizada em 03/06/2025 16h54

MC Poze do Rodo deixou Bangu 3, no Complexo de Gericinó, após decisão da Justiça do Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Músico foi recebido em frente à unidade prisional por familiares, amigos e uma multidão de fãs. Alvará de soltura chegou às 14h16.

A Secretaria de Estado de istração Penitenciária informa que o alvará de soltura de Marlon Brendon Coelho Couto Silva, conhecido artisticamente como MC Poze do Rodo, chegou ao e-mail da unidade prisional precisamente às 14h16 para ser cumprido. Nota da Seap, enviada a Splash

mc poze  - Victor Chapetta/Agnews - Victor Chapetta/Agnews
MC Poze do Rodo é recebido por multidão após ser solto de presídio no Rio
Imagem: Victor Chapetta/Agnews

Artista estava preso em área destinada a membros do Comando Vermelho. Durante o processo de triagem, o cantor afirmou não ter problemas em conviver com a facção.

Em razão disso, foi direcionado à unidade prisional onde estão custodiados outros membros da mesma facção, conforme protocolo de segurança adotado pela pasta.
Secretaria de Estado de istração Penitenciária

MC Poze  - Victor Chapetta - Agnews - Victor Chapetta - Agnews
MC Poze abraça mulher, Vivi Noronha, após deixar prisão
Imagem: Victor Chapetta - Agnews

Chegada de Oruam, 24, provocou tumulto em frente a Bangu 3. O músico, que é amigo do MC, foi até o endereço para acompanhar a soltura.

Em determinado momento, ele chegou a subir no teto de um ônibus que estava parado próximo ao local. "Com a chegada do Oruam tudo mudou. Inconsequente. Não agiu de maneira correta", criticou Tino Junior, apresentador da Record, ao vivo

Oruam - Victor Chapetta / Agnews - Victor Chapetta / Agnews
Oruam causa tumulto na porta da penitenciária em Bangu
Imagem: Victor Chapetta / Agnews

Habeas corpus

Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus ontem. A decisão revogou a prisão temporária do MC. De acordo com o desembargador Peterson Barroso, da Primeira Vara Criminal de Jacarepaguá, a prisão de 30 dias seria excessiva para o prosseguimento das investigações.

O material arrecadado na busca e apreensão parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão do paciente, valendo registrar que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder. Peterson Barroso, desembargador

Defesa alega 'perseguição à arte periférica'

A defesa de MC Poze do Rodo argumentou no pedido de habeas corpus que a prisão era ilegal e desproporcional, configurando uma violação à liberdade de expressão. O pedido destacava que as manifestações artísticas do músico, que retratam a realidade vivida em comunidades historicamente marginalizadas, são protegidas e não configuram incitação direta a crimes.

A ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é seletiva e evidencia a perseguição à arte periférica. Fosse o paciente um artista 'do asfalto', certamente a prisão não ocorreria. O paciente não ultraou os limites da Liberdade de Expressão, uma vez que ele canta a realidade dos morros cariocas.

Investigação

MC Poze do Rodo - Divulgação - Divulgação
MC Poze do Rodo no espaço Favela do Rock in Rio
Imagem: Divulgação

MC Poze do Rodo foi preso na última quinta-feira (29). O artista é investigado por suposta apologia ao crime e envolvimento com o Comando Vermelho.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que o cantor realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV. A "segurança" desses eventos era garantida pela presença ostensiva de traficantes com armamento de grosso calibre, como fuzis.

Repertório musical do cantor também está sob investigação, pois as letras fariam apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incitariam confrontos armados entre facções rivais.

Em nota a Splash, a defesa de Poze do Rodo diz que as acusações "não fazem sentido". "Negam-se todas as ilações feitas, posto que não há acusação formal, e que jamais poderia ser feita, já que peças artísticas não podem sequer serem cogitadas para averiguação de letras ou significados permitidos ou proibidos".

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