Assassinato de George Floyd: cinco anos depois, a reforma da polícia dos EUA está paralisada
Os Estados Unidos lembram neste domingo (25) a morte do afro-americano George Floyd, morto há exatos cinco anos por um policial branco em Minneapolis, um evento que gerou enormes protestos no país e deram novo impulso ao movimento Black Lives Matter (BLM). Os participantes sonhavam em resolver problemas profundamente enraizados no país, como o racismo, a brutalidade policial e a desigualdade sistêmica. Cinco anos após a morte de George Floyd, o New York Times revela que o número de assassinatos cometidos por policiais cresce nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos lembram neste domingo (25) a morte do afro-americano George Floyd, morto há exatos cinco anos por um policial branco em Minneapolis, um evento que gerou enormes protestos no país e deram novo impulso ao movimento Black Lives Matter (BLM). Os participantes sonhavam em resolver problemas profundamente enraizados no país, como o racismo, a brutalidade policial e a desigualdade sistêmica. Cinco anos após a morte de George Floyd, o New York Times revela que o número de assassinatos cometidos por policiais cresce nos Estados Unidos.
A imagem correu o mundo. Em 25 de maio de 2020, George Floyd morreu asfixiado sob o joelho do policial Derek Chauvin, após implorar para que ele aliviasse a pressão: "Não consigo respirar". Suas últimas palavras, filmadas por pedestres, causaram um choque nos Estados Unidos e internacionalmente.
Uma cerimônia de homenagem acontecerá hoje no local onde o homem de 46 anos foi morto sufocado. O espaço agora foi renomeado George Floyd Square (praça George Floyd).
Em 2021, o ex-policial Derek Chauvin foi condenado a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato do afro-americano George Floyd.
A morte de Floyd deu impulso ao movimento Black Lives Matter, nascido sete anos antes para lutar contra o racismo sistêmico sofrido pela comunidade negra americana.
Cinco anos depois de sua morte, nada mudou. A situação até piorou: um artigo do jornal New York Times baseado em dados compilados pelo Washington Post e pelo projeto Mapping Police Violence mostra que os assassinatos cometidos pela polícia tem aumentado constantemente. Em 2024, 1.226 pessoas foram mortas pela polícia nos Estados Unidos, um aumento de 18% em comparação ao ano anterior à morte de George Floyd.
Desde que Donald Trump voltou ao poder em janeiro, o governo americano eliminou investigações de direitos civis e restringiu iniciativas de contratação de pessoas com foco em diversidade. Na quarta-feira (21), o Departamento de Justiça anunciou que retiraria as acusações contra policiais de Minneapolis e Louisville, acusados de violência após as mortes que abalaram o país em 2020.
Reforma prometida não aconteceu
Durante a sua campanha para a Casa Branca, Joe Biden prometeu combater a violência policial reformando a Polícia americana. O projeto de lei, chamado de "Lei George Floyd de Justiça no Policiamento", incluía a proibição de técnicas de estrangulamento, obrigatoriedade de câmeras corporais e a criação de um registro nacional de policiais acusados de brutalidade. Acima de tudo, pretendia limitar o princípio da "imunidade qualificada", que impedia os processos contra os responsáveis por erros no trabalho policial.
A lei permaneceu apenas em forma de rascunho. Adotada pela Câmara dos Representantes, de maioria democrata, ela foi posteriormente rejeitada no Senado, dominado pelos republicanos.
Em maio de 2022, Joe Biden foi forçado a um decreto regulamentando o trabalho das autoridades policiais, mas com escopo muito menor do que o planejado inicialmente pela lei. A situação se agrava pelo fato de coexistirem nos Estados Unidos milhares de entidades policiais, cada uma respondendo às suas próprias regras.
Foi no nível local que a legislação mais evoluiu. Em dois anos, quase 300 projetos de lei estaduais foram aprovados, de acordo com uma contagem do Howard Center for Investigative Journalism, realizada em outubro de 2022. A maioria dizia respeito à supervisão e treinamento de policiais ou a políticas de uso da força.
Somente a Califórnia aprovou cerca de 20 medidas, incluindo a proibição de técnicas de estrangulamento, enquanto Utah, Oregon e Arizona adotaram mais de 10 reformas cada, incluindo a exigência de que os policiais denunciem qualquer uso excessivo de força por um colega.
(Com RFI)