Ministros da UE aprovam novo fundo de armas de 150 bilhões de euros
Por Andrew Gray
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia aprovou na terça-feira a criação de um fundo de armamentos da UE de 150 bilhões de euros (US$170,7 bilhões), motivada pelo temor de um ataque russo nos próximos anos e por dúvidas sobre os compromissos de segurança dos EUA com o continente.
A aprovação, pelos ministros dos países da UE reunidos em Bruxelas, foi a etapa legal final para a criação do esquema Safe (Security Action for Europe), que utiliza empréstimos conjuntos da UE para conceder empréstimos aos países europeus para projetos de defesa conjuntos.
A medida foi apoiada por 26 dos 27 países membros da UE, com a abstenção da Hungria, informaram os diplomatas.
"Adotamos a Safe -- primeiro programa de investimento em defesa em larga escala em nível da UE", disse a Polônia, que detém a presidência rotativa da UE, no X.
"Quanto mais investirmos em nossa segurança, melhor deteremos aqueles que nos desejam mal."
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, propôs o fundo em março, à medida que cresciam os temores entre os líderes europeus de que não poderiam ter certeza de que o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, os defenderia de ataques.
Alarmados pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 e temendo ser o próximo alvo de Moscou, os países da UE já aumentaram os gastos com defesa em mais de 30% nos últimos três anos. Mas os líderes da UE dizem que isso não é suficiente.
Moscou condenou o impulso de rearmamento da UE como um incitamento à guerra baseado em uma "história inventada" de uma ameaça russa. Essas palavras não tranquilizaram os líderes europeus, pois a Rússia fez declarações semelhantes antes da invasão em grande escala da Ucrânia.
A iniciativa da UE busca romper as barreiras nacionais por meio do financiamento de projetos conjuntos entre os países da UE e inclui um forte elemento de "compra europeia", visando impulsionar o setor de defesa do continente.
Para que um projeto se qualifique para o financiamento Safe, 65% do seu valor deve ser proveniente de empresas sediadas na UE, no Espaço Econômico Europeu mais amplo ou na Ucrânia.
No entanto, empresas de países que am uma Parceria de Segurança e Defesa com a UE também podem se qualificar, se atenderem a outras condições.