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Líder do PT pede que PGR investigue ligação de Bolsonaro a Mourão

Mourão foi vice-presidente de Bolsonaro - Evaristo Sá/AFP
Mourão foi vice-presidente de Bolsonaro Imagem: Evaristo Sá/AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

30/05/2025 16h18Atualizada em 30/05/2025 16h18

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, pediu que a PGR (Procuradoria-Geral da República) investigue a ligação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na véspera de um depoimento sobre a tentativa de golpe de Estado.

O que aconteceu

Mourão teria recebido telefonema de Bolsonaro um dia antes de prestar depoimento no STF. O ex-presidente teria orientado o senador, que é sua testemunha no processo que apura a tentativa de golpe, sobre o que dizer ao ministro Alexandre de Moraes no Supremo. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.

Depoimento de Mourão foi no último dia 23. No documento, Lindbergh alega que a postura de Bolsonaro pode configurar obstrução de Justiça e uma tentativa de "embaraçar as investigações" ao influenciar a versão que seria relatada ao Supremo.

Deputado pediu medida cautelar de prisão. Também pediu que a PGR ouça Mourão e proíba que Bolsonaro mantenha qualquer contato, direto ou indireto, com testemunhas. "A própria confissão de Mourão quanto à ligação e o momento em que ela ocorre —véspera do depoimento— servem como indícios objetivos de tentativa de interferência indevida", diz.

Lindbergh diz que o ocorrido mostra o "desprezo" do ex-presidente pelas instituições. "Ainda que sem ameaça expressa, há nítido desvio de conduta por parte de Jair Bolsonaro ao ar diretamente uma testemunha chave, justamente no momento mais sensível da apuração: a fase de reconstrução narrativa por meio da prova oral", diz.

Segundo o Metrópoles, o próprio Mourão contou que Bolsonaro o procurou. O senador disse, por exemplo, que o ex-presidente pediu que ele dissesse nunca ter ouvido qualquer menção a uma tentativa de golpe.

Após a repercussão, Mourão recuou e disse que os dois conversaram "coisas genéricas de companheiros de longas datas". À Folha de S.Paulo, o ex-vice-presidente disse que Bolsonaro ligou apenas para confirmar a data e o horário de seu depoimento.

A tentativa de Bolsonaro de influenciar Mourão no exercício da função de testemunha — especialmente considerando que o depoente foi arrolado por ele mesmo — revela inequívoca motivação para preservar o grupo político-militar investigado, caracterizando vínculo com a estrutura da organização criminosa já delineada nos autos do STF. Trecho da petição de Lindbergh à PGR

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