MP denuncia PM por morte da esposa em SP e pede pena mínima de 70 anos

O Ministério Público de São Paulo denunciou o sargento da Polícia Militar Samir Carvalho por feminicídio contra a própria esposa e tentativa de homicídio da filha de 10 anos. O crime aconteceu no último dia 7 de maio numa clínica médica em Santos, no litoral paulista.
O que aconteceu
Promotor pede pena mínima de 70 anos de prisão contra o PM. A denúncia foi apresentada à Justiça na sexta-feira da semana ada. O advogado de Samir disse que espera sua citação formal para apresentar sua defesa.
Agora foi dado início à ação penal e vai ser uma oportunidade que ele vai poder oferecer sob o manto da ampla defesa do contraditório a sua defesa Paulo de Jesus, advogado
A denúncia aponta que o crime foi premeditado, motivado por desentendimentos no relacionamento. Segundo o promotor Fábio Fernandez, o sargento já havia ameaçado e agredido fisicamente a esposa, a empresária Amanda Fernandes Carvalho, 42, em outras ocasiões e agiu com frieza, dissimulação e extrema violência. Conforme laudo necroscópico realizado no corpo da vítima, ela levou três tiros e 51 facadas em diversas partes do corpo.
A promotoria pede a condenação com qualificadoras. São elas: meio cruel, perigo comum, dissimulação, recurso que impossibilitou defesa e uso de arma de fogo de uso . Também foram incluídos agravantes por ter cometido o crime contra a mãe, na presença da filha, e contra a própria descendente, menor de 14 anos. O MP ainda solicitou a fixação de indenização mínima de R$ 100 mil para os herdeiros de Amanda e R$ 50 mil para a filha sobrevivente.
Na data do crime, o sargento estava de folga quando soube que Amanda e a filha estavam em uma clínica no bairro Marapé. Ele foi até o local, discutiu com a mulher e foi retirado da sala por um médico, que trancou mãe e filha em outro cômodo e acionou a Polícia Militar.
Quando os policiais chegaram, o sargento disse que queria apenas conversar e mostrou que não estava armado. No entanto, ele havia deixado uma pistola .40 em outra sala. Assim que a porta foi aberta, ele recuperou a arma, atirou três vezes contra a mulher e feriu a filha nos braços e nas pernas. Em seguida, esfaqueou Amanda, que morreu no local. A filha sobreviveu e foi internada na Santa Casa de Santos.
O crime ocorreu na presença de dois policiais militares. O sargento foi preso em flagrante e levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo. Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que a Polícia Militar apura a conduta dos agentes que presenciaram o crime.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.