Entidades cobram oposição de Macron a acordo Mercosul-UE antes de visita de Lula
São Paulo, 4 - Entidades agrícolas sas reforçaram sua oposição ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, na véspera do encontro do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o presidente francês, Emmanuel Macron. Em carta, os grupos pediram que Macron mantenha a pressão contra a validação do pacto e exerça o direito de recusa. "A França deve reafirmar sem ambiguidade sua oposição à ratificação. Enquanto o acordo UE-Mercosul mantiver seu status de acordo misto, a França ainda dispõe da capacidade jurídica de se opor a ele", disseram as associações de Avicultura de Corte (Anvol, na sigla em francês), de Beterraba e do Açúcar (Aibs), Associação Nacional do Gado e das Carnes (Interbev) e Associação Cerealista sa (Intercéréales).No documento, os grupos afirmaram que a Comissão Europeia busca acelerar o acordo em meio às tensões entre UE e Estados Unidos. "Contudo, este acordo vai muito além da esfera comercial. Ele levanta questões importantes de soberania agrícola, justiça econômica para os produtores europeus e coerência política diante dos compromissos climáticos e sociais da União Europeia", disseram, citando que os produtos importados são produzidos com uso de substâncias proibidas, transgênicos e ausência de rastreabilidade, distante do padrão europeu. Para as associações, as cotas adicionais previstas representariam um valor agrícola de pelo menos 2,87 bilhões de euros apenas para os setores de carne bovina, frango e milho. Além disso, os grupos destacam que produtos de alto valor agregado estão sendo priorizados pelos exportadores sul-americanos, como cortes nobres de carne bovina, filés de frango, produtos cereais, além de derivados do amido e do milho. Para o setor de açúcar e etanol, as concessões da UE representariam a produção de 50 mil hectares, ou 1/8 da área cultivada com beterraba na França, segundo a nota.O presidente Lula se encontra com Macron na quinta-feira, 5, para discutir temas como o acordo entre Mercosul e União Europeia e a lei antidesmatamento do bloco europeu. O líder francês é um dos principais críticos ao acordo de livre comércio entre os blocos econômicos, ao mesmo tempo que a França foi um dos principais defensores da lei antidesmatamento europeia. Já Lula tem como um dos objetivos de sua gestão a ratificação do acordo entre Mercosul-UE, enquanto o governo brasileiro classifica a lei antidesmatamento como unilateral e discriminatória.*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado