Em Paris, Lula critica crescimento da extrema-direita no mundo
(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira o crescimento da "extrema-direita nazista e fascista" no mundo, e alertou que há o risco de retrocessos caso a democracia não seja "levada muito a sério".
Em uma fala improvisada de mais de 40 minutos durante cerimônia em que recebeu o título de cidadão honorário da capital sa, Lula mais de uma vez mostrou desânimo diante da atual conjuntura no mundo, dizendo que parece às vezes estar "enxugando gelo" e que "a luta para conquistar as coisas é muito complicada".
"Há uma corrente no mundo de uma extrema-direita nazista, fascista, que nega as instituições... e isso está ganhando corpo em muitos países", afirmou o presidente.
"Se a gente não tomar cuidado, não levar a democracia muito a sério, a gente está arriscado a perder tudo que a gente construiu depois da 2ª Guerra", continuou.
O encontro, na prefeitura de Paris, foi organizado pela prefeita da cidade, Anne Hidalgo, que fez um longo discurso de elogios ao presidente brasileiro. O evento reuniu personalidades brasileiras na França, como a designer Lélia Salgado, esposa do fotógrafo Sebastião Salgado, morto há duas semanas, e uma plateia de brasileiros que vivem na França.
O presidente está na França para uma visita de Estado. Mais cedo nesta quinta ele teve um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu, em Brasília)