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OPINIÃO

Jamil: Coração de Macron não deve se dobrar a Lula

do UOL

Colaboração para o UOL

05/06/2025 11h08

Emmanuel Macron não deve se sensibilizar com o pedido de Lula para que a União Europeia feche o acordo com o Mercosul, mas o presidente francês pode acenar com um eventual acerto para compensar as perdas trazidas pela política tarifária de Donald Trump, afirmou o colunista Jamil Chade na edição de hoje do UOL News.

Lula pediu para Macron "abrir o coração" para que o acerto entre os dois blocos econômicos seja sacramentado. O petista ainda disse que não deixará a presidência do Mercosul sem um acordo com a União Europeia.

A França tem mantido esse coração fechado pelos últimos 25 anos. Então não é uma questão de Macron abrir ou não o coração; há uma posição histórica da França em não permitir que esse acordo vá adiante por representar, segundo os ses, uma ameaça para sua agricultura.

Há algo que mudou no mundo e que obviamente mudou o sistema comercial: o desembarque de Donald Trump, criando diversas dificuldades para o comércio mundial, acima de tudo para chineses e europeus.

Os europeus estão no centro dos ataques de Trump, sabem que podem perder o mercado americano e eventualmente podem precisar diversificar seus destinos de exportação. Um deles é a América do Sul e, para que isso aconteça, um acordo de livre comércio precisa acontecer.

É nesse contexto que Lula vem insistindo e é a grande aposta do governo brasileiro. O coração de Macron não vai se dobrar ao presidente Lula, mas sim a uma eventual possibilidade de ganhos ou para pelo menos compensar as perdas que tiveram nos EUA com ganhos na América do Sul. Jamil Chade, colunista do UOL

Jamil ressaltou que a discussão em torno do possível acordo entre Mercosul e UE não abrange apenas a questão econômica, dado o clima quente dentro do cenário político doméstico francês.

Na França, o grupo que representa os interesses da agricultura é extremamente vocal, faz protestos com muita frequência e coloca pressão nos grupos políticos. Macron disse para Lula que, se o governo francês aceitar esse acordo, quem ganha a próxima eleição na França é a extrema direita, que basicamente dirá que os partidos tradicionais abriram o país para a concorrência do Mercosul e não defenderam os interesses tradicionais da França.

É uma questão não só econômica. Trump é um fator, mas também há a extrema direita sa tentando capitalizar caso Macron abra seu coração. Jamil Chade, colunista do UOL

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