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Número de católicos no Brasil diminui, enquanto evangélicos e pessoas sem religião crescem

06/06/2025 12h37

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O número de católicos no Brasil continua diminuindo e atingiu a menor proporção desde o início dos registros, segundo o Censo do IBGE, enquanto o país, considerado o maior em total de católicos no mundo, observa um aumento de evangélicos e pessoas sem religião.

De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira, entre 2010 e 2022, o número de católicos no país caiu em mais de 5 milhões. Em 2010, o catolicismo apostólico romano era a religião de 65,1% da população brasileira com 10 anos ou mais (105,4 milhões). Em 2022, essa proporção caiu para 56,7% (100,2 milhões).

Por outro lado, a população evangélica cresceu em mais de 12 milhões de brasileiros no mesmo período. Segundo o Censo, a proporção de evangélicos aumentou de 21,6% em 2010 (35 milhões) para 26,9% em 2022 (47,4 milhões), a maior da série histórica.

Ao mesmo tempo, observou-se no país um crescimento de pessoas que se declaram sem religião. A proporção ou de 7,9% para 9,3% (16,4 milhões).

Entre 2010 e 2022, o Censo Demográfico também apontou um aumento nas religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, que aram de 0,3% em 2010 para 1,0% em 2022, e outras religiosidades, que subiram de 2,7% para 4,0%. O espiritismo teve um pequeno declínio, de 2,2% para 1,8%. As tradições indígenas representaram 0,1% das declarações.

"Em 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo. Em 1872, o recenseador deveria assinalar cada pessoa como ‘cathólico’ ou ‘acathólico’, conforme a grafia da época; não havia outra opção. Além disso, a população escravizada era toda contada como católica, seguindo a declaração do senhor da casa”, disse a analista do IBGE Maria Goreth Santos.

"As transformações sociais resultaram em modificações na metodologia do Censo ao longo de todas essas décadas. Códigos, banco descritor, estrutura classificatória e a incorporação de novas declarações religiosas foram necessários para retratar a diversidade religiosa no Brasil da forma mais fidedigna possível", acrescentou.

O catolicismo é a principal religião em todas as regiões do país, com maior concentração no Nordeste (63,9%) e na Região Sul (62,4%), e a menor proporção na Região Norte (50,5%).

Entre os evangélicos, a maior proporção é registrada no Acre (44,4%), e a menor no Piauí (15,6%).

Segundo o IBGE, no grupo de 10 a 14 anos de idade, 52% se declaram católicos, enquanto 72% se declaram católicos no grupo de 80 anos ou mais. Entre os evangélicos, a maior proporção (31,6%) está no grupo mais jovem, de 10 a 14 anos, enquanto o grupo de 80 anos ou mais representa a menor proporção, com 19,0%.

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