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Ucrânia pede reação dos aliados após ataque russo com mais de 400 drones e 40 mísseis

06/06/2025 07h52

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu nesta sexta-feira (6) aos seus aliados que reajam de forma "decisiva" após a série de ataques lançados pela Rússia em toda a Ucrânia. Segundo Zelensky, mais de 400 drones e 40 mísseis atingiram o território ucraniano durante a noite desta quinta-feira (5).

"A Rússia deve ser responsabilizada. Desde os primeiros minutos desta guerra, eles bombardearam cidades e vilarejos para destruir vidas", disse Zelensky. "Chegou a hora de os Estados Unidos, a Europa e o mundo pararem juntos esta guerra pressionando a Rússia", acrescentou em uma mensagem nas redes sociais. 

Após uma conversa por telefone com Vladimir Putin na quarta-feira (4), Trump havia alertado que Moscou planejava retaliar o ataque ucraniano do fim de semana contra bombardeiros russos, a milhares de quilômetros da fronteira. A operação "Teia de Aranha" desencadeou um ataque ucraniano coordenado contra bases aéreas militares russas. 

O bombardeio russo da última noite contra a Ucrânia, realizado com drones e mísseis balísticos, matou pelo menos quatro pessoas em Kiev.

Alertas aéreos foram acionados em todo o território ucraniano, e em várias regiões foram relatados ataques, inclusive no oeste do país, longe do front. Segundo prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, os ataques deixaram pelo menos 20 feridos e 16 foram hospitalizados. 

Vários bairros da cidade foram atingidos, linhas de trem foram danificadas pelos bombardeios russos e a companhia ferroviária constatou danos nos trilhos da região, afetando o tráfego de trens nos arredores do sul de Kiev. Fora da capital, várias localidades também relataram bombardeios intensos. 

Em Lutsk, no oeste do país, perto da fronteira com a Polônia, um "ataque massivo de mísseis e drones" destruiu parcialmente um prédio residencial, ferindo cinco pessoas, segundo Ivan Rudnytsky, chefe da istração militar regional. 

Na região de Ternopil, também no oeste, foi registrada "a maior ofensiva aérea até agora", com "múltiplos ataques", segundo Viatcheslav Negoda. Cinco pessoas ficaram feridas. O prefeito de Ternopil, Serguiï Nadal, informou que "instalações industriais e infraestruturas foram atingidas", deixando partes da cidade sem eletricidade. 

No centro do país, às margens do rio Dnieper, "três mísseis russos foram abatidos e 22 drones destruídos", segundo o governador de Tcherkassy, Igor Taburets. Não houve vítimas. 

Ataques na Rússia

Na Rússia, o prefeito de Moscou, Serguei Sobianine, informou que a capital foi alvo de 10 drones ucranianos durante a noite. Três aeroportos foram temporariamente fechados, mas já voltaram a operar normalmente.

Moscou também acusou Kiev de estar por trás das explosões que causaram o colapso de duas pontes e acidentes ferroviários no fim de semana, matando sete pessoas e ferindo mais de cem, incluindo crianças, nas regiões russas de Kursk e Briansk, na fronteira com a Ucrânia. 

Na noite de quinta para sexta-feira, uma locomotiva descarrilou na região russa de Belgorod, também na fronteira, sem deixar vítimas. O governador local, Viatcheslav Gladkov, afirmou que "um artefato explosivo foi colocado sob os trilhos". 

 

Diplomacia e negociações 

Apesar dos apelos da Ucrânia e do Ocidente por um cessar-fogo imediato ? e da pressão de Donald Trump por negociações ? os combates continuam intensos, mais de três anos após o início da ofensiva russa. 

Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia, anexada em 2014. Após duas rodadas de negociações entre Kiev e Moscou em Istambul, com mediação dos EUA, não houve avanços consistentes.

Na segunda reunião, mediada pela Turquia, a delegação russa entregou a Kiev uma lista de exigências, incluindo a retirada das forças ucranianas de quatro regiões que Moscou reivindica, a renúncia da Ucrânia de aderir à OTAN e a limitação do tamanho de seu Exército. Zelensky considerou essas condições como "ultimatos inaceitáveis". 

O único resultado concreto foi o acordo para uma nova troca de 500 prisioneiros de guerra de cada lado neste fim de semana, após uma troca anterior de 1.000 detentos em maio. Também foi acordada a devolução dos corpos de milhares de soldados mortos. 

Durante visita a Washington na quinta-feira, o chanceler alemão Friedrich Merz pediu a Donald Trump que "aumente a pressão sobre a Rússia" para pôr fim à guerra. 

Com informações da AFP

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