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Ex-ministro diz que alertou Bolsonaro sobre gravidade de golpe

10/06/2025 18h25

Minuta de golpe

Paulo Sergio Nogueira também rebateu a acusação da procuradoria e negou ter levado a minuta de golpe para os comandantes das Forças Armadas.

"Eu nunca tratei de minuta de golpe com meus ex-comandantes", declarou.

Urnas eletrônicas

O ex-ministro também negou ter sofrido pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro para alterar o relatório de auditoria das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições de 2022 e insinuar que não seria possível descartar fraudes nas urnas eletrônicas.

Segundo o general, as conclusões do relatório entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram feitas com base no parecer dos técnicos das Forças Armadas.

"O presidente da República [Bolsonaro] jamais me pressionou, seja para mandar o relatório só para o segundo turno, seja para alterar o relatório. O que me deixa de cabeça quente é saber pela denúncia [da PGR] que eu havia alterado esse relatório", afirmou.

Nogueira também pediu desculpas a Alexandre de Moraes por ter feito críticas, sem fundamento, às urnas eletrônicas e a ministros do TSE.

"Queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações. Nessa reunião, trato com palavras totalmente inadequadas o trabalho do TSE", afirmou.

Interrogatórios

O relator da ação penal, Alexandre de Moraes, interroga oito réus acusados de participar do "núcleo crucial" de uma trama golpista.

Além do ex-ministro da Defesa, já foram interrogados:

Falta o depoimento de Walter Braga Netto, general do Exército e ex-ministro de Bolsonaro, que será ouvido em seguida.

O militar é o único réu que irá depor por videoconferência. Vice na chapa de Bolsonaro em 2022, Braga Netto está preso desde dezembro do ano ado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e obter detalhes da delação de Mauro Cid.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.

Em caso de condenação, as penas am de 30 anos de prisão.

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