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Ninguém me ameaçou de prisão, diz Bolsonaro sobre reunião com militares

Jair Bolsonaro (PL) é interrogado no STF na ação penal sobre tentativa de golpe de Estado - Fellipe Sampaio/STF
Jair Bolsonaro (PL) é interrogado no STF na ação penal sobre tentativa de golpe de Estado Imagem: Fellipe Sampaio/STF
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/06/2025 16h05

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje em depoimento ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que em nenhum momento foi ameaçado de prisão durante as reuniões realizadas com comandantes militares.

O que aconteceu

Ao falar sobre a reunião em que teria sido apresentada a minuta golpista, Bolsonaro respondeu a Moraes que não foi ameaçado de prisão. Agora, em nenhum momento, como vi depois nos autos, alguém me ameaçou de prisão se prosseguisse naquela missão.

Ao meu entender, tem que internar quem tivesse com uma intenção dessa natureza. Às Forças Armadas, missão legal dada é missão cumprida. Missão ilegal não é cumprida. Em nenhum momento, como vi depois nos autos, alguém me ameaçou de prisão se prosseguisse naquela missão.
Jair Bolsonaro, em interrogatório no STF

Ex-comandante teria ameaçado prender Bolsonaro. O ex-comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior relatou em depoimento à Polícia Federal que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-chefe do Exército, falou em prender Bolsonaro caso o então presidente tentasse um golpe de Estado.

Bolsonaro já tinha perdido a eleição para o atual presidente Lula (PT). Segundo afirmou Baptista Júnior em depoimento como testemunha no processo, a declaração ameaçando a prisão foi feita no encontro convocado pelo general Paulo Sérgio de Oliveira, então ministro da Defesa, que ocorreu em 14 de dezembro de 2022.

Contudo, Freire Gomes disse não ter concordado com a proposta de golpe, mas negou ter dado voz de prisão ao ex-presidente. "Eu teria dado voz de prisão ao presidente? Não aconteceu isso, de forma alguma. O que eu alertei ao presidente, sim, é que, se ele saísse dos aspectos jurídicos, até que ele não poderia contar com nosso apoio e poderia ser enquadrado juridicamente", afirmou ao STF no dia 19 de maio.

Em depoimento ao STF, Baptista Júnior narrou a hipótese de prisão mencionada pelo general Freire Gomes de forma diferente. "Não é uma coisa simples se esquecer do general tratando de uma hipótese de prisão. Não foi ordem de prisão como vi na imprensa, foi hipótese. A minha palavra eu mantenho: por educação, ele disse ao presidente que por hipótese teria que prendê-lo."

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