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Hungria, Índia e Polônia terão que esperar para mandar astronautas à ISS

11/06/2025 12h30

Depois de décadas sem ir ao espaço, astronautas de Índia, Polônia e Hungria esperavam estrear na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), graças a uma missão privada americana, mas esta foi adiada. 

Os quatro astronautas deviam decolar na manhã desta quarta-feira (11) a bordo de um foguete da SpaceX, empresa espacial de Elon Musk, mas a missão teve que ser adiada de última hora por um vazamento no foguete. Uma nova data não foi anunciada.

"As equipes da SpaceX identificaram um vazamento" e a empresa "segue trabalhando em estreita colaboração com a Axiom Space e seus sócios, e só fará o lançamento quando estiver pronto", declarou um encarregado da Axiom Space, uma empresa americana que oferece serviços de voos espaciais privados.

O astronauta indiano Shubhanshu Shukla, o polonês Slawosz Uznanski-Wisniewski, o húngaro Tibor Kapu e a americana Peggy Whitson, ex-astronauta da Nasa, que agora trabalha para a Axiom Space, são convocados a pilotar esta missão. 

Inicialmente, está previsto que realizem cerca de 60 experimentos, principalmente com microalgas e tardígrados (animais microscópicos).

- "Um bilhão de corações" -

Os últimos voos espaciais de Índia, Polônia e Hungria remontam há mais de 40 anos, quando estes astronautas ainda não tinham nascido.

Seus antecessores eram chamados de "cosmonautas", pois voavam a bordo de naves espaciais soviéticas, como parte de missões oferecidas a países aliados da URSS. Isto foi antes do colapso do bloco soviético. 

"Levo comigo não só instrumentos e equipamentos, mas também as esperanças e os sonhos de um bilhão de corações", disse Shubhanshu Shukla em uma coletiva de imprensa recente.

O piloto de 39 anos quer fazer história para seu país, o mais populoso do planeta, tornando-se o primeiro indiano na ISS e o segundo a entrar em órbita depois de Rakesh Sharma, que chegou à estação espacial soviética Salyut 7 em 1984. 

Espera-se que sua participação seja um o-chave para o primeiro voo tripulado que a Índia prevê realizar em 2027. 

Os três países financiam a missão de seus astronautas. 

A Hungria anunciou, em 2022, que pagaria 100 milhões de dólares (aproximadamente R$ 521 milhões, em cotação da época) por seu assento. Índia e Polônia não revelaram o montante. 

Segundo a mídia indiana, Nova Délhi gastou mais de 60 milhões de dólares (R$ 333 milhões, na cotação atual).

O setor espacial americano viveu horas de tensão após a recente exasperação entre o bilionário sul-africano Elon Musk e o presidente americano, Donald Trump.

O homem mais rico do mundo ameaçou desmantelar sua cápsula Crew Dragon, antes de mudar de opinião logo depois.

Usada pela Axiom, a cápsula desempenha um papel crucial para a Nasa (agência espacial americana), pois é a única nave espacial americana autorizada para levar astronautas para a ISS.

O conflito entre os dois evidenciou a interdependência entre o governo americano e a SpaceX, utilizada não só pela Nasa, mas também pelo Pentágono para enviar tripulações, carga e satélites ao espaço.

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© Agence -Presse

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