Vendas de controladora da Zara decepcionam
Por Helen Reid e Inti Landauro
MADRI (Reuters) - A Inditex, proprietária da Zara, não alcançou expectativas de vendas do início de verão no hemisfério norte, com a empresa pressionada pela guerra comercial que atingiu os esforços da rede varejista de fast-fashion para manter forte crescimento.
Preocupações com o retorno da inflação e uma desaceleração econômica desencadeada pela implantação de tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diminuíram a demanda nos EUA e em outros grandes mercados consumidores.
O ambiente tarifário é difícil de prever, mas a Inditex está bem posicionada para enfrentá-lo, disse Gorka Garcia-Tapia, diretor de relações com investidores da empresa espanhola.
"Temos uma presença global e, portanto, muita experiência nas últimas décadas no que diz respeito ao gerenciamento de mudanças nos regimes tarifários", disse ele, acrescentando que a diversificação das vendas e dos fornecedores conferem flexibilidade ao grupo.
Os números abaixo das expectativas, que fizeram com que as ações da Inditex caíssem 4,6%, oferecem um primeiro panorama sobre o impacto das tensões comerciais globais no setor de fast-fashion antes da temporada de resultados corporativos de segundo trimestre.
A Inditex divulgou um início fraco para vendas de verão, com um crescimento de receita ajustado ao câmbio de 6% entre 1º de maio e 9 de junho, em comparação com expectativas de analistas de 7,3%, e abaixo do crescimento de 12% no mesmo período do ano anterior.
A receita do primeiro trimestre fiscal, encerrado em 30 de abril, somou 8,27 bilhões de euros, abaixo da estimativa média de analistas de 8,36 bilhões, de acordo com pesquisa da LSEG.
O lucro líquido aumentou 0,8% no trimestre, para 1,3 bilhão de euros.