Ainda não tem um
email BOL? Assine

BOL Mail com até 18 GB Clube de descontos, antivírus e mais
Topo
Notícias

Dólar cai, e Bolsa sobe com adiamento de anúncio de mudanças no IOF

Alexandre Novais Garcia e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/06/2025 09h37Atualizada em 03/06/2025 19h35

Após começar o dia em alta, o dólar comercial fechou com queda de 0,70%, a R$ 5,635, enquanto a Bolsa de Valores fechou com alta de 0,56%, aos 137.546,26 pontos. O mercado esperava o anúncio do governo de um pacote para compensar as eventuais perdas com a rejeição do aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas o anúncio foi adiado para domingo. O dólar turismo caiu 0,86%, a R$ 5,852 para compra.

O que aconteceu

Dólar comercial fechou em queda. Após oscilar entre altas e baixa, a moeda norte-americana chegou a superar a barreira de R$ 5,70, mas, ainda pela manhã, a cotação da divisa frente ao dólar começou a cair.

Ontem, a moeda dos EUA recuou 0,75%. A variação repetiu a trajetória de seis sessões consecutivas com oscilações de ao menos 0,5%.

Bolsa de Valores sobiu. A variação contraria o movimento das últimas quatro sessões.

Relação entre China e EUA eleva incertezas. A acusação de Donald Trump de que Pequim violou o acordo firmado sobre as tarifas de importação é malvista. "As tensões entre Estados Unidos e China contribuem para um ambiente de volatilidade global, pressionando exportações e cadeias de produção", diz João Kepler, CEO da Equity Group.

A expectativa era mesmo de alta na Bolsa após quatro dias seguidos de queda. "Estamos vendo um pregão de equilíbrio", analisa Felipe Sant'Anna, especialista em investimentos do grupo Axia Investing. Mas o Ibovespa, o principal índice brasileiro, "ainda não mostrou força para retomar a busca pelo topo histórico".

Já o dólar ainda realiza "a alta da sexta-feira", quando valorizou-se em 0,90%, a R$ 5,71. "E também precifica o fluxo de entrada e os riscos da guerra comercial americana e seu cenário fiscal", diz Sant'Anna, que citou elogio do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Alta do IOF

O mercado financeiro aguardava o pacote de medidas. A proposta acordada entre a equipe econômica e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), seria anunciada hoje para o cumprimento da meta fiscal sem a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras.

Ministro da Fazenda adiou anúncio sobre essas mudanças. A decisão é esperar até o próximo domingo (8) para o anúncio. Segundo Haddad, o pedido foi feito pelos presidentes da Câmara e do Senado, que desejam a opinião do colégio de líderes do Congresso. "Parece que estou sonegando informação, mas estou respeitando um pedido", disse Haddad em coletiva de imprensa. "Preciso da aprovação de uma parte das medidas para mudar o decreto."

Hoje, Lula também disse que alternativas estão sendo avaliadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que Haddad tenha errado ao anunciar as novas tarifas do IOF e depois voltado atrás. Lula disse a jornalistas que "está discutindo outras possibilidades" ante o aumento do imposto.

Ministro vê o pacote como reforma estrutural. "Não é uma coisa para resolver só 2025. É uma coisa com impacto duradouro ao longo do tempo", disse ao chegar ao Ministério da Fazenda. "O plano de voo está bem montado", complementou ele, que também garantiu estar focado no cumprimento da meta fiscal.

Lula e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) estudam receitas extras com petróleo, segundo a Folha de S.Paulo. A intenção é elevar em R$ 35 bilhões os ganhos para os cofres públicos até o ano eleitoral de 2026.

Ontem, o presidente do Banco Central voltou a criticar o aumento do IOF. Gabriel Galípolo também pediu paciência. "Está em discussão ainda o modelo final do IOF, que pode ser recalibrado e alterado", lembrou.

Notícias