Os 10 melhores filmes para o diretor brasileiro Karim Aïnouz; um é nacional

Diretor de filmes nacionais aclamados como "Madame Satã", "O Céu de Suely" e "Praia do Futuro", Karim Aïnouz, 59, elegeu os 10 melhores filmes da história ao votar no ranking da revista britânica Sight and Sound.
A revista especializada divulga duas listas dedicadas à sétima arte a cada 10 anos. Uma delas é elaborada por críticos de cinema. A outra é feita por cineastas. Aïnouz compôs o grupo de 460 diretores votantes de 2022.
Top 10 do diretor brasileiro
"O Medo Devora a Alma" (1974), de Rainer Werner Fassbinder. Neste drama ícone do Novo Cinema Alemão, Fassbinder aborda o racismo e a solidão por meio do improvável romance entre Emmi, uma viúva alemã de meia-idade, e Ali, um imigrante marroquino muito mais jovem. A obra combina crítica social com melodrama emocional. Foi aclamado internacionalmente e recebeu o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes. Disponível no Looke.
"Imitação da Vida" (1959), de Douglas Sirk. Um clássico do melodrama hollywoodiano, explora questões de maternidade, racismo e identidade nos EUA dos anos 1950. A história acompanha duas mães, cujas vidas se entrelaçam enquanto enfrentam os desafios da sociedade segregacionista. O filme recebeu duas indicações ao Oscar, incluindo Melhor Atriz Coadjuvante (Juanita Moore), mas não venceu. Disponível no Looke.
"A Hora da Estrela" (1985), de Suzana Amaral. Baseado no romance de Clarice Lispector, o filme narra a vida de Macabéa, uma jovem nordestina deslocada no Rio de Janeiro, vivendo à margem da sociedade. O longa é considerado um marco do cinema brasileiro. Disponível no Globoplay.
"Canção de Amor" (1950), de Jean Genet. O único filme dirigido pelo escritor francês Jean Genet é um curta experimental e lírico sobre o desejo homoerótico entre prisioneiros e um guarda. Sem diálogos, é visualmente poético e provocador. Nunca concorreu ao Oscar, mas é considerado um marco no cinema queer e experimental europeu. Não está disponível no streaming.
"O Deserto Vermelho" (1964), de Michelangelo Antonioni. Drama que marcou a estreia do diretor no cinema colorido. Monica Vitti interpreta Giuliana, uma mulher emocionalmente perturbada que vaga por paisagens industriais buscando sentido. O filme venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e é considerado uma obra-prima do modernismo cinematográfico. Não está disponível no streaming.
"Notícias de Casa" (1976), de Chantal Akerman. Neste filme híbrido entre documentário e ficção, Akerman filma paisagens urbanas de Nova York enquanto narra cartas enviadas por sua mãe da Bélgica. Há um contraste entre a grande cidade impessoal e a intimidade das palavras revela temas de exílio, memória e pertencimento. Disponível no Filmicca.
"Felizes Juntos" (1997), de Wong Kar Wai. O filme explora a relação tumultuada de um casal gay de Hong Kong em Buenos Aires. Com fotografia marcante e trilha sonora melancólica, venceu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes. É um dos filmes LGBTQIA+ mais influentes do cinema mundial. Disponível no MUBI.
"Uma Mulher Sob Influência" (1974), de John Cassavetes. Trata-se de um retrato cru da saúde mental e da dinâmica familiar, no qual Gena Rowlands vive uma mulher à beira do colapso. O filme rendeu indicações ao Oscar para Rowlands (Melhor Atriz) e para Cassavetes (Direção), consolidando o cinema independente norte-americano dos anos 1970. Disponível no Looke.
"A Batalha de Argel" (1966), de Gillo Pontecorvo. Retrato quase documental da luta pela independência da Argélia contra a França, no qual o diretor adotou uma estética jornalística para representar os dois lados do conflito. O filme foi indicado a três Oscars (Melhor Direção, Roteiro Original e Filme Estrangeiro) e é referência em cinema político até hoje. Não está disponível no streaming.
"Titane" (2021), de Julia Ducournau. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, este thriller corporal francês chocou o público com sua fusão de horror, ficção científica e drama psicológico. A história gira em torno de Alexia, uma mulher com uma placa de titânio no crânio, que desenvolve uma ligação perturbadora com carros. Disponível no MUBI.