Gabriel Medina fica em último no Mundial de Surfe, mas não será rebaixado
Gabriel Medina terminou a primeira parte da temporada 2025 do Circuito Mundial de Surfe na lanterna do ranking — e por um motivo simples: não disputou nenhuma das etapas até aqui.
Mas, ao contrário do que acontece com a maioria dos últimos colocados, ele não foi rebaixado para o Challenger Series, a divisão de o da WSL. O motivo? Um recurso chamado wildcard médico.
Como funciona?
Todo ano, a WSL tem o direito de conceder até dois convites (wildcards) para a temporada seguinte. Trata-se de convites especiais oferecidos a surfistas que, por motivos excepcionais — geralmente lesões —, ficaram fora da maior parte do circuito e não conseguiram somar pontos suficientes para se manter entre os 22 primeiros do ranking - no caso do masculino -, que garantem vaga automaticamente no ano seguinte.
Medina se machucou poucas semanas antes da abertura do Mundial, durante uma sessão de treinos em Maresias, no litoral paulista. Ele precisou ar por cirurgia e voltou a surfar apenas nas últimas semanas, após quatro meses de molho.
Por isso, ele solicitou — e foi atendido — o chamado injury wildcard, uma espécie de convite da WSL que garante ao surfista lesionado uma vaga automática na elite da temporada seguinte.
Livro de regras
A regra que permite isso está prevista no livro oficial da liga, que determina que os injury wildcards (ou convites por lesão) são oferecidos a surfistas que não puderam competir por motivo de lesão ou outros fatores extraordinários e que tenham solicitado o benefício dentro dos prazos estabelecidos.
Além disso, a WSL costuma levar em consideração o histórico e a relevância do atleta no tour. Com três títulos mundiais e grande apelo junto ao público e aos patrocinadores, Gabriel se encaixa perfeitamente nesse perfil — assim como aconteceu em anos anteriores com surfistas como Kelly Slater, John John Florence e o próprio Medina, quando se ausentou em 2022 para cuidar de sua saúde mental.
Ou seja: mesmo sem competir em 2025, Medina segue garantido na elite do surfe mundial para a próxima temporada.
Esperança para 2025
Apesar de estar fora de quase toda a temporada, Medina ainda pode reaparecer no Tour neste ano. Isso porque a WSL também possui wildcards por evento — definidos individualmente para cada etapa.
A última etapa do Mundial de 2025 será em Teahupoo, no Taiti, a última antes do Finals — a disputa que define o campeão mundial.
A WSL pode convidar Medina para participar, mesmo sem ele estar entre os 22 mais bem colocados do ranking. Isso já aconteceu com outros atletas no ado, inclusive o próprio brasileiro.
Ao UOL, o fisioterapeuta do surfista afirmou que Gabriel ainda não está pronto para competir, mas que daqui a dois meses a decisão será dele — justamente quando os surfistas estarão na Polinésia sa para a etapa de Teahupoo. Se decidir voltar, pode ser com estilo: surfando em uma das ondas mais perigosas (e favoritas dele) do tour.