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ONG critica termos do acordo para devolver arquipélago de Chagos à Maurício

23/05/2025 14h28

A ONG Human Rights Watch (HRW) criticou, nesta sexta-feira (23), o acordo de restituição do arquipélago de Chagos pelo Reino Unido à República de Maurício, lamentando que os habitantes expulsos há décadas não puderam regressar à ilha principal.

Segundo este acordo firmado na quinta-feira em Londres, o Reino Unido devolve o arquipélago do Oceano Índico às Ilhas Maurício, mas mantém um contrato de arrendamento de 99 anos da ilha principal, Diego Garcia, para manter uma base militar britânico-americana nessa região estratégica.

O acordo põe fim a mais de meio século de litígio.

O Reino Unido manteve controle das ilhas Chagos quando Maurício obteve sua independêcia em 1968.

Cerca de 2.000 habitantes do arquipélogo, que conta com sessenta ilhas, foram expulsos nos anos seguintes, especialmente de Diego García.

O acordo estabelece que "em exercício de sua soberania sobre o arquipélago, Maurício é livre para implementar um programa de reassentamento (da população) nas ilhas, exceto Diego Garcia".

O tratado "deve ser julgado com base em sua capacidade de pôr fim ao crime colonial do Reino Unido e dos EUA de deslocar à força o povo do arquipélago", disse Clive Baldwin, consultor jurídico da HRW, em um comunicado.

Ainda que o acordo pudesse "conduzir o regresso de alguns moradores a certas ilhas, (...) ele também parece consolidar seu exílio em Diego Garcia, a maior delas", denunciou.

Os habitantes de Chagos têm lutado durante cinco décadas para poder regressar às suas ilhas no oceano Índico, todas proibidas e não habitadas, exceto para o pessoal militar e a base.

Os moradores expulsos de Chagos e seus descendentes, uma comunidade que atualmente conta com cerca de 10.000 pessoas, estão divididos entre Maurício, Seychelles e Reino Unido

ctx/alm/psr/eg/jmo/dd

© Agence -Presse

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