Edinho quer diálogo com eleitor de Bolsonaro e diz que governo vai reagir
O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, candidato a presidente do PT, defendeu o diálogo com eleitores de Jair Bolsonaro (PL) para fortalecer o partido e reeleger o presidente Lula. A declaração ocorreu na entrevista de hoje ao Canal UOL.
Nós só vamos crescer na Câmara, crescer no Senado, não perder governadores, aumentar governadores, eleger o presidente Lula se a gente conseguir conversar com uma parcela do eleitorado que votou no Bolsonaro em 2022. Nós vamos conversar com eles, se não, não tem como.
Nós não vamos avançar nesse debate se a gente recuar na defesa da nossa concepção de mundo. Nós só vamos ganhar uma parte do eleitorado que votou no Bolsonaro se nós aprofundarmos o debate de qual mundo que nós defendemos.
Edinho Silva, candidato a presidente do PT
Ao UOL Entrevista, Edinho também falou sobre a queda de popularidade do governo Lula. Para ele, a avaliação do presidente foi impactada pela crise do INSS. Ele afirma, porém, que o governo está reagindo e chegará a 2026 em uma condição mais "favorável".
O ex-prefeito disse que a gestão Lula vive um momento de reestruturação e deve organizar sua comunicação para que a sociedade saiba o que o governo tem feito.
O governo estava com uma agenda positiva. Aí, infelizmente, veio o episódio do INSS, que o governo Lula enfrentou, desmantelou o esquema de corrupção, mas, claro, se politizou, mesmo sendo uma iniciativa do governo. Ali, as pesquisas mostraram uma queda na popularidade. Mas eu penso que a comunicação do governo reagiu, está reagindo e o governo tem várias iniciativas pela frente.
Eu não tenho nenhuma dúvida que nós vamos, no segundo semestre, melhorar muito o reconhecimento da sociedade. Nós vamos entrar em 2026 numa condição bem favorável. Eu sou muito otimista em relação ao próximo período do governo Lula.
O governo tem que organizar as suas ações, tem que organizar as iniciativas para que a comunicação possa efetivamente comunicar e fazer chegar à sociedade. Eu penso que o governo vive um momento de reorganização, de reestruturação, tem muita coisa sendo entregue.
Lula está "muito bem de saúde"
Edinho minimizou os problemas de saúde de Lula e afirmou que ele está bem para disputar a reeleição no ano que vem. O presidente foi ao hospital na noite de ontem e cancelou agendas hoje por conta de uma crise de labirintite.
Lula está muito bem de saúde. Tem pessoas jovens com crise de labirintite. Não é caracterizado como um problema grave. O presidente está bem, animado, com disposição, tem viajado, com uma agenda intensa.
Se quiser politizar e transformar isso num problema político, claro que as pessoas vão utilizar. Mas quem tem o mínimo de conhecimento sabe que labirintite não é um problema de saúde que tire o presidente de uma disputa presidencial. Ele está super bem.
Edinho Silva critica divergências públicas do governo
O petista afirmou que as divergências entre ministros não devem vazar. Também se posicionou contra a postura de Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, de criticar publicamente as medidas econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enquanto ocupava o cargo de presidente do PT até março deste ano.
Eu acho que o governo não deveria explicitar divergências. Eu penso que divergência você resolve dentro do governo. Aquilo que não for posição de unidade não deve ser anunciado, não deve ser tornado público.
Eu também já disse a Gleisi Hoffmann que criticar publicamente as medidas do governo do presidente Lula, as medidas econômicas, não colabora. Evidente que não colabora. Se nós temos divergência com medidas do governo, temos que fazer esse debate interno.
Partido precisa de mais presença na periferia, diz Edinho
Para o candidato ao comando do PT, o partido precisa de orientação para que tenha mais presença na sociedade, principalmente na periferia.
Tem muita gente fazendo trabalho de base, mas eu penso que o partido tem que reorientar o seu conjunto de militantes, de filiados, a ter mais presença, principalmente nas periferias, que é onde essa nova classe trabalhadora, na sua maioria, mora e vive.
Nós só vamos confrontar a democracia com o fascismo se nós tivermos partidos fortes. Não são indivíduos que vão construir uma democracia forte, são partidos fortes.