Topo
Notícias

PF prende suspeitos ligados ao PCC por assalto de R$ 14 mi em aeroporto

Criminosos que planejaram ataque a aeroporto de Caxias do Sul foram flagrados por câmeras de segurança - Redes sociais
Criminosos que planejaram ataque a aeroporto de Caxias do Sul foram flagrados por câmeras de segurança Imagem: Redes sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

28/05/2025 12h06

Policiais federais e estaduais do Rio Grande do Sul prenderam hoje os suspeitos de integrar uma quadrilha ligada ao PCC e responsável pelo mega-assalto de uma carga com R$ 14 milhões no aeroporto de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, em junho ado.

O que aconteceu

Mais de 200 policiais cumpriram 21 mandados de prisão durante operação integrada entre PF, PM e Polícia Penal do RS que investiga roubo. Entre as prisões, 17 são preventivas e quatro temporárias. Além das detenções, foram cumpridas 26 determinações de busca e apreensão, além do bloqueio de ativos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, segundo a PF.

PF buscava por integrantes de quadrilha há quase um ano. Na ocasião do mega-assalto, ocorrido em 19 de junho de 2024, nove criminosos utilizaram veículos falsamente caracterizados como viaturas da PF para ar a área restrita do aeródromo de Caxias do Sul, onde uma aeronave aguardava pelo transporte uma carga com R$ 30 milhões. Com armamento pesado usado pelos criminosos e trocas de tiro com a polícia, o roubo foi bem-sucedido, mas cerca de R$ 16 milhões foram recuperados posteriormente (relembre o caso abaixo).

Em setembro, PF indiciou 17 pessoas por envolvimento no mega-assalto e divulgou que a ação contou com envolvimento do PCC. Segundo o órgão federal, dois integrantes da facção criminosa paulista viajaram ao Rio Grande do Sul para preparar os detalhes da ação criminosa dias antes do ataque. Os indiciados não tiveram os nomes revelados.

Reportagem do UOL revelou a identidade de duas pessoas ligadas ao PCC envolvidas no roubo. Um deles é Adriano Pereira de Souza, o Cigano, um dos 12 presos por participação no mega-assalto. O outro é Silvio Wilton da Costa, conhecido como 'Bin Laden', que morreu em confronto com os PMs em meio ao assalto da carga. O sargento Fabiano Oliveira, que trocou tiros com os assaltantes, foi baleado e também morreu na ação.

Investigações apontam que criminosos planejaram juntos o transporte de fuzis, armas de guerra, explosivos, roupas táticas e veículos com placas falsificadas. A quadrilha também planejou as hospedagens usadas na ação. Um dos esconderijos usados pelo grupo ficava a 170 km do local do crime.

Operação recebeu o nome de "Elísios", em homenagem ao sargento da PM-RS morto durante o mega-assalto. "Campos Elísios é uma referência da mitologia grega do lugar onde os homens virtuosos repousam de forma digna após a morte", divulgou a PF no ano ado.

Relembre o caso

Vídeo obtido pelo UOL mostra que quadrilha usou armas de grosso calibre durante mega-assalto. Entre os armamentos, estavam um fuzil .50, com capacidade para abater um helicóptero, conforme indicaram as imagens, que integram a investigação conduzida pela Polícia Federal (assista acima) desde junho.

Dinheiro alvo da ação criminosa estava no carro-forte de um banco privado transportado de Curitiba (PR) ao aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul. O local era considerado uma das alternativas para viagens ao Rio Grande do Sul após as chuvas do começo de maio que alagaram o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.

Quadrilha planejou cometer o crime quando o efetivo da PM havia sido deslocado para o estádio Alfredo Jaconi. Enquanto os criminosos agiam, os agentes priorizavam a estratégia de segurança para uma partida do Campeonato Brasileiro.

Polícia conseguiu recuperar metade do valor roubado. O dinheiro estava no veículo onde foi encontrado o corpo do suspeito Silvio Wilton da Costa, conhecido como 'Bin Laden'.

Ao menos outros seis integrantes do grupo conseguiram fugir por uma área de mata. Eles conseguiram levar pouco mais de R$ 14 milhões. Foi o maior roubo já registrado pela polícia no Rio Grande do Sul.

Notícias