Chile retira seus adidos militares de Israel em protesto contra a situação em Gaza
O governo chileno anunciou, nesta quarta-feira (28), a retirada de seus adidos militares de sua embaixada em Israel em protesto contra a situação humanitária na Faixa de Gaza, devastada pela ofensiva militar israelense contra o movimento islamista palestino Hamas.
O presidente de esquerda Gabriel Boric, crítico ferrenho do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chamou de volta o embaixador chileno em Tel Aviv em novembro de 2023. Desde então, o Chile não teve mais embaixador em Israel, embora não tenha reduzido o nível de suas relações diplomáticas.
"Nossa embaixada em Israel notificou as autoridades daquele país sobre a retirada dos adidos militares, de defesa e da aeronáutica, que serviam em nossa missão em Tel Aviv", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Chile.
O governo Boric justificou sua decisão considerando "a gravíssima situação humanitária que a população palestina vive hoje na Faixa de Gaza, resultado da operação militar desproporcional e indiscriminada do exército israelense".
A declaração questiona "os constantes obstáculos à permissão de entrada de ajuda no território palestino mencionado" e exige que Israel encerre sua operação militar.
A guerra eclodiu após um ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Em resposta a esse ataque, o exército israelense lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, que resultou na morte de 54.084 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território, considerados confiáveis pela ONU.
Os milicianos islamistas também sequestraram 251 pessoas durante o ataque de 7 de outubro. Destas, 57 permanecem reféns em Gaza, embora as autoridades israelenses estimem que 34 estejam mortas.
Desde 17 de maio, Israel intensificou sua ofensiva com o objetivo de libertar os últimos reféns israelenses, assumir o controle total de Gaza e aniquilar o Hamas.
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