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Gastos do consumidor dos EUA desaceleram em abril; inflação tem alta moderada

30/05/2025 09h58

WASHINGTON (Reuters) - Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos subiram ligeiramente em abril, à medida que desacelerou a busca para fugir dos preços mais altos com as tarifas de importação.

Os gastos dos consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica, cresceram 0,2% no mês ado, após um salto não revisado de 0,7% em março, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira.

Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos subiriam 0,2%.

A compra preventiva de produtos antes da entrada em vigor das tarifas do presidente Donald Trump ajudou a aumentar os gastos no mês anterior. A maioria das tarifas foi implementada, embora as taxas mais altas sobre alguns países tenham sido adiadas até julho.

As tarifas sobre as importações chinesas foram reduzidas de 145% para 30% até meados de agosto. Economistas argumentam que a política comercial agressiva de Trump desacelerará drasticamente o crescimento econômico neste ano e aumentará a inflação, preocupações que foram repetidas pelo Federal Reserve.

A ata da reunião de 6 e 7 de maio do Fed, publicada na quarta-feira, observou que "os participantes julgaram que os riscos baixistas para o emprego e a atividade econômica e os riscos altistas para a inflação haviam aumentado, refletindo principalmente os possíveis efeitos dos aumentos de tarifas".

O banco central dos EUA tem mantido sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.

Na quarta-feira, um tribunal de comércio dos EUA impediu que a maioria das tarifas de Trump entrasse em vigor, em uma decisão abrangente de que o presidente excedeu sua autoridade.

Elas foram temporariamente restabelecidas por um tribunal federal de apelações na quinta-feira, acrescentando outra camada de incerteza sobre as perspectivas da economia.

A economia, por todas as medidas, contraiu a uma taxa anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, depois de crescer a um ritmo de 2,4% no trimestre de outubro a dezembro.

Com exceção dos dados comerciais, a maioria dos relatórios econômicos oficiais ainda não mostrou os efeitos negativos das tarifas de forma significativa, embora as pesquisas de confiança tenham se deteriorado. Economistas esperam que o impacto possa se tornar evidente nos dados de junho.

A inflação foi benigna em abril, com os varejistas provavelmente ainda vendendo o estoque acumulado antes das tarifas. O índice PCE subiu 0,1% no mês ado, depois de ficar inalterado em março, informou o departamento.

Nos 12 meses até abril, os preços do PCE aumentaram 2,1%, depois de avançarem 2,3% em março.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice PCE subiu 0,1% no mês ado. Isso se seguiu a um aumento semelhante no chamado núcleo da inflação PCE em março.

Nos 12 meses até abril, o núcleo cresceu 2,5%, depois de subir 2,7% em março. O Fed acompanha as medidas do PCE para sua meta de inflação de 2%.

Economistas esperam que a inflação acelere neste ano, à medida que as tarifas aumentem os preços dos produtos. As expectativas de inflação dos consumidores para daqui a um ano têm aumentado.

(Por Lucia Mutikani)

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