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CORREÇÃO-Estudo vê chance menor de a Via Láctea colidir com a galáxia de Andrômeda

02/06/2025 17h59

(Corrige distância no 6º parágrafo para 2,5 milhões de anos-luz, em vez de 2,5 bilhões)

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - A Via Láctea e a vizinha galáxia de Andrômeda estão atualmente se lançando uma em direção à outra no espaço a uma velocidade de cerca de 400.000 km/h, armando o cenário para o que poderia ser uma colisão galáctica no futuro que destruiria ambas.

Mas qual a probabilidade dessa colisão cósmica? Embora pesquisas anteriores previssem que ela pode ocorrer daqui a aproximadamente 4-4,5 bilhões de anos, um novo estudo que usa dados observacionais recentes e acrescenta novas variáveis indica que a colisão está longe de uma certeza. Ele calcula a probabilidade de uma colisão nos próximos 5 bilhões de anos em menos de 2%, e uma nos próximos 10 bilhões de anos em cerca de 50%.

As fusões galácticas não são como um clássico de demolição, com estrelas e planetas se chocando uns contra os outros, mas sim uma mistura complicada em uma escala imensa.

"A futura colisão -- se ocorrer -- seria o fim da Via Láctea e de Andrômeda", disse o astrofísico da Universidade de Helsinque, Till Sawala, principal autor do estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Astronomy, com as estruturas de ambas sendo destruídas e uma nova galáxia com formato elíptico surgindo da fusão.

"Se houver uma fusão, é mais provável que ela ocorra entre 7 e 8 bilhões de anos no futuro. Mas descobrimos que, com base nos dados atuais, não podemos prever o tempo de uma fusão, se é que ela ocorrerá", disse Sawala.

As duas galáxias estão a uma distância de cerca de 2,5 milhões de anos-luz uma da outra. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, ou seja, 9,5 trilhões de quilômetros.

A possível colisão está tão distante no futuro que a previsão é que a Terra seja um tipo de lugar completamente diferente -- a expectativa é que o nosso planeta torne-se inabitável daqui a aproximadamente um bilhão de anos, com o Sol se tornando tão quente que ferverá os oceanos do nosso planeta.

O Sol é uma das muitas bilhões de estrelas da Via Láctea. A massa total de nossa galáxia em forma de espiral -- incluindo suas estrelas e gás interestelar, além de sua matéria escura, que é um material invisível cuja presença é revelada por seus efeitos gravitacionais -- é estimada em aproximadamente um trilhão de vezes a massa do Sol.

A galáxia de Andrômeda tem forma e massa total semelhantes às da Via Láctea.

Os pesquisadores simularam o movimento da Via Láctea nos próximos 10 bilhões de anos usando dados atualizados dos telescópios espaciais Gaia e Hubble e de vários telescópios terrestres, assim como estimativas revisadas da massa galáctica.

Outras galáxias próximas, prevêm cientistas, devem influenciar a ocorrência de uma colisão. Pesquisas anteriores levaram em conta a influência gravitacional da galáxia Triangulum, também chamada de Messier 33 ou M33, que tem cerca de metade do tamanho da Via Láctea e de Andrômeda, mas não consideraram a Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite menor da Via Láctea, como faz este estudo.

"Descobrimos que, se apenas a M33 for adicionada ao sistema de dois corpos, a chance de uma fusão entre a Via Láctea e Andrômeda na verdade aumenta, mas a inclusão da Grande Nuvem de Magalhães tem o efeito oposto", disse Sawala.

Os pesquisadores concluíram que uma fusão entre a Via Láctea e a Grande Nuvem de Magalhães é quase certa nos próximos 2 bilhões de anos, muito antes de uma possível colisão com Andrômeda.

"No universo primitivo, as fusões de galáxias eram muito mais frequentes, de modo que as primeiras fusões teriam ocorrido logo após a formação das primeiras galáxias", disse Sawala.

"As fusões menores -- com galáxias muito menores -- ocorrem com mais frequência. De fato, a Via Láctea está atualmente se fundindo com várias galáxias anãs", disse Sawala.

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