Corpos de dois reféns são recuperados por Israel após operação em Gaza
Os corpos de Judy Weinstein-Haggai e Gad Haggai, dois reféns israelo-americanos sequestrados no kibutz Nir Oz durante o ataque do movimento Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, foram trazidos de volta ao país após uma operação especial na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (5) pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
"Durante uma operação especial do Shin Bet (a agência de segurança interna) e do Exército na Faixa de Gaza, os corpos de dois de nossos reféns detidos pela organização terrorista assassina Hamas foram trazidos de volta a Israel. Que suas memórias sejam abençoadas", declarou Netanyahu em um comunicado.
Judy e Gad foram assassinados em 7 de outubro de 2023, durante o ataque do Hamas ao território israelense, que desencadeou a guerra no enclave palestino. Seus corpos foram levados para Gaza, acrescentou o premiê.
Segundo um militar, os dois septuagenários foram mortos pelo grupo jihadista, as Brigadas dos Mujahidines, ligadas à Jihad Islâmica, que também sequestrou e matou Shira Bibas e seus dois filhos pequenos, Kfir e Ariel Bibas, de 8 meses e 4 anos, respectivamente. O casal tinha quatro filhos e sete netos e foi assassinado perto da Faixa de Gaza.
Para o presidente israelense Isaac Herzog o retorno dos cadáveres é um momento de "dor profunda, mas também de alívio, consolo e fim das incertezas", após mais de 600 dias de espera por parte da família.
"A operação foi conduzida por tropas israelenses em coordenação com a Direção de Inteligência e forças especiais", informou o Exército em um comunicado. "Ela foi possível graças a informações precisas fornecidas pelo grupo de trabalho sobre os reféns, pela Direção de Inteligência e pela Agência de Segurança Interna."
Conquista de Gaza
Gadi Haggai, de 72 anos, era "um homem de espírito vivo, ligado à terra", e sua esposa, Judy Weinstein Haggai, morta aos 70 anos, era "professora de inglês especializada em crianças com necessidades especiais, dedicada à paz e à fraternidade", segundo o kibutz.
O ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, afirmou na rede X que o retorno dos corpos dos dois reféns é uma "prova clara de que é possível trazer nossos entes queridos de volta para casa pela força militar".
"O momento não é mais de hesitação, devemos autorizar as Forças de Defesa de Israel (Tsahal) a implementar seus planos de conquista da Faixa de Gaza, entrar com força, desmantelar o Hamas, libertar os reféns e incentivar a emigração" dos palestinos de Gaza, acrescentou o ministro de extrema direita.
Israel intensificou sua ofensiva na Faixa de Gaza em meados de maio, com o objetivo de libertar os reféns sequestrados no ataque do Hamas de 2023, tomar o controle total do território e destruir o movimento palestino que governa Gaza desde 2007.
O ataque do movimento palestino a Israel, há quase dois anos, causou a morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas pelo Hamas naquele dia, 55 ainda estão detidas na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 32 já morreram, segundo autoridades israelenses. O Hamas também mantém o corpo de um soldado israelense morto em uma guerra anterior em Gaza, em 2014.
Mais de 54.607 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na campanha militar de retaliação israelense, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
Com informações da AFP