Topo
Notícias

Confrontos entre moradores e simpatizantes de Morales deixam 17 feridos na Bolívia

10/06/2025 17h14

Ao menos 17 pessoas ficaram feridas nesta terça-feira (10) durante fortes confrontos entre um grupo de moradores e camponeses simpatizantes do ex-presidente Evo Morales, que bloqueiam uma rodovia em uma localidade mineradora no sul da Bolívia, informou a polícia à AFP.

Há vários dias, os manifestantes impedem a agem de carregamentos de alimentos e combustíveis na localidade de Llallagua, em Potosí, 300 km ao sul de La Paz.

Eles exigem a renúncia do presidente Luis Arce, a quem culpam pela crise econômica e acusam de manipular as instituições para excluir Morales das eleições de 17 de agosto.

Os moradores afetados tentaram pela manhã restabelecer o trânsito, mas os simpatizantes de Morales impediram.

São 15 moradores "feridos por objetos contundentes: pedras, paus" e outros objetos, disse à AFP Limbert Choque, porta-voz da polícia na região.

Além disso, detalhou que há outros dois agentes policiais feridos. "Todos estão em segurança. Não há nenhum em estado grave", acrescentou.

Horas antes, o mesmo oficial informou à imprensa local que os apoiadores de Morales também utilizaram "explosivos".

O bloqueio não pôde ser desativado até o momento. "Serão iniciadas operações de restauração da ordem pública" em breve no local, disse Choque à AFP.

Há nove dias, os partidários de Evo Morales paralisam vias no centro e no sul da Bolívia. O departamento mais afetado é o de Cochabamba, reduto político do líder aimará.

Segundo a estatal a Boliviana de Estradas (ABC, na sigla em espanhol), até esta terça-feira havia 29 pontos de bloqueio em todo o país.

Morales está refugiado desde outubro na região cocaleira de Chapare. Ele é alvo de um mandado de prisão por suposto tráfico de uma menor durante a sua presidência, uma acusação que ele nega.

O governo Arce o responsabiliza por incitar os protestos para impedir a realização das eleições de 17 de agosto, nas quais o líder cocaleiro pretendia participar, mas não conseguiu registrar sua candidatura.

O ex-presidente, que governou em três mandatos entre 2006 e 2019, está impedido de se candidatar devido a uma decisão judicial que permite apenas uma reeleição presidencial.

O Ministério Público abriu na segunda-feira uma investigação contra ele após ser denunciado por "terrorismo" e outros crimes pelo governo, por incentivar os bloqueios.

jac/gta/val/lm/rpr

© Agence -Presse

Notícias