Salvadorenho deportado por erro se declara inocente de tráfico de migrantes nos EUA
O salvadorenho Kilmar Ábrego García, de volta aos Estados Unidos depois de ser expulso por "erro" ao seu país, se declarou inocente de tráfico de pessoas durante uma audiência em um tribunal, nesta sexta-feira (13), segundo meios americanos.
O caso se tornou símbolo da queda de braço entre o governo do presidente Donald Trump e os tribunais federais.
Ábrego García, de 29 anos, foi deportado pela istração de Trump para El Salvador em março e devolvido por avião aos Estados Unidos em 6 de junho devido, segundo a procuradora-geral Pam Bondi, a uma ordem de prisão apresentada para as autoridades salvadorenhas.
Ao retornar, foi preso imediatamente e acusado em Nashville, Tennessee, de tráfico de migrantes nos Estados Unidos entre 2016 e 2025.
Nesta sexta-feira, ele se declarou inocente das acusações criminais diante de um juiz federal, informaram meios americanos.
A Suprema Corte dos Estados Unidos tinha ordenado "facilitar" o regresso do salvadorenho que ficou preso por quase três meses em El Salvador, parte deles em uma conhecida prisão de segurança máxima.
Ábrego García vivia em Maryland (noroeste) até se tornar um dos 200 migrantes enviados para uma prisão de El Salvador, em março, como parte da ofensiva de Trump contra a imigração ilegal.
Em 15 de março, a istração enviou para El Salvador em vários voos 238 venezuelanos, entre eles supostos membros das gangues Tren de Aragua e MS-13, em virtude da Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, utilizada até então somente em tempos de guerra.
Durante meses, o governo Trump acusou Ábrego García, casado com uma americana, de ser membro da MS-13, o que sua família e advogados negam e pelo que ele nunca foi condenado.
Os advogados do Departamento de Justiça reconheceram que o salvadorenho foi expulso por um "erro istrativo".
Em 2019, um tribunal revogou permanentemente a possibilidade de expulsá-lo para El Salvador.
Bondi afirmou que Ábrego García tem "desempenhado um papel importante em uma rede de tráfico de migrantes" e que é traficante de "crianças e mulheres", assim como de membros da "MS-13" e de "organizações terroristas em todo o país".
Também o vinculou a uma rede de tráfico de pessoas "responsável pela morte de mais de 50 migrantes em 2021, após o capotamento de um caminhão no México".
Segundo Bondi, ele será devolvido a seu país uma vez que cumpra pena, caso seja declarado culpado.
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