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Desemprego fica em 6,6% no tri até abril, menor taxa da história para o mês

Juca Varella/Folhapress
Imagem: Juca Varella/Folhapress

Do UOL, em São Paulo (SP)

29/05/2025 09h01

A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,6% no trimestre encerrado em abril, mostram dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar de representar um leve aumento na comparação com os três meses anteriores (6,5%), o patamar é o mais baixo da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o período finalizado em abril. O indicador é coletado desde 2012.

Como ficou o desemprego

Desemprego é o menor da história para meses de abril. O menor nível em 13 anos foi atingido após a taxa ficar abaixo do resultado de 2014, quando 7,2% da população com 14 anos ou mais se enquadrava como desocupada. No ano ado, a taxa de desemprego entre fevereiro e abril era de 7,5%.

Taxa fica 0,1 ponto percentual acima da apurada em janeiro. Mesmo abaixo das expectativas do mercado financeiro, o desemprego registrado entre fevereiro e abril é superior ao observado no trimestre imediatamente anterior, quando 6,5% dos brasileiros eram classificados como desocupados.

A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024.
William Kratochwill, analista da Pnad

Cerca de 7,27 milhões ainda buscam uma vaga de trabalho. O número de pessoas que não tinham emprego e procuraram por um cargo é o menor para meses de abril desde 2014 (7,13 milhões). No ano ado, 8,2 milhões buscavam por uma colocação profissional entre fevereiro e abril.

Quantidade de pessoas ocupadas em abril permanece estável. O total de 103,26 milhões de trabalhadores é pouco maior do que o número registrado em janeiro (102,97 milhões). Na comparação anual, o volume cresceu 2,4%, com a adição de 2,5 milhões de profissionais no mercado de trabalho. Diante do cenário, o nível de ocupação permanece em 58,2%.

Emprego formal bate recorde

Brasil tem 39,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada. O total corresponde a um aumento de 0,8% do volume de profissionais celetistas em relação ao trimestre anterior e de 3,8% ante igual período do ano ado.

Informalidade caiu para 37,9% no trimestre encerrado em abril. O percentual é referente à proporção de 39,2 milhões de trabalhadores informais na população ocupada. O índice é inferior ao verificado tanto no trimestre até janeiro (38,3%), como no mesmo período do ano ado (38,7%).

Estabilidade de trabalhadores sem carteira assinada explica o cenário. O IBGE explica que a queda na informalidade é consequência da manutenção do número de 26 milhões de profissionais que atuam por conta própria.

Atividades

Ocupação aumentou apenas em um grupo de atividade em abril. Segundo os dados da Pnad, apenas a istração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento na ocupação entre os dez segmentos pesquisados.

Sazonalidade contribuiu para o bom desempenho do segmento. William Kratochwill, analista da pesquisa, explica que o grupamento é estimulado no período devido ao início do ano letivo. "É preciso uma estrutura de e, com a contratação de professores, ajudantes, cuidadores, cozinheiros e recepcionistas", afirma ele.

Na comparação anual, número de trabalhadores cresceu em cinco atividades. Além do ramo da istração pública (mais 731 mil pessoas), o volume de ocupados aumentou também na indústria (471 mil), no comércio (696 mil), no transporte, armazenagem e correio (257 mil pessoas) e no ramo de informação, comunicação e atividades financeiras (435 mil).

Salários

Remuneração dos trabalhadores é a maior da história para o mês. O salário real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 3.426 no trimestre entre fevereiro e abril. O valor supera em 3,2% o recorde anterior para o período (R$ 3.319), registrado no ano ado.

Massa de rendimento real habitual subiu para R$ 349,4 bilhões. Impulsionada pelos maiores salários, a soma das remunerações de todos os trabalhadores também representa um novo recorde. O total é resultado da estabilidade ante o trimestre encerrado em janeiro e aumento de 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) em um ano.

A massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público.
William Kratochwill, analista da Pnad

O que é a Pnad Contínua

Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a População Economicamente Ativa do país.

Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas, sim, o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Sendo assim, os números atuais mostram como foi o mercado de trabalho entre os meses de janeiro e março de 2025.

Taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar emprego. O método utilizado pelo IBGE exclui do cálculo todos que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.

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