Rússia e Ucrânia irão trocar todos os seus prisioneiros jovens e feridos

Em uma nova rodada de negociações diretas hoje, Rússia e Ucrânia concordaram em realizar mais uma troca de prisioneiros.
O que aconteceu
Russos e ucranianos trocarão todos os prisioneiros de guerra gravemente feridos e menores de 25 anos. "Concordamos em trocar todos os prisioneiros de guerra gravemente feridos e gravemente doentes. A segunda categoria são os jovens soldados de 18 a 25 anos, em um formato de todos por todos", disse o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.
Os países também aceitaram trocar 6 mil corpos de soldados de cada lado. No total, 12 mil corpos serão devolvidos para seus países de origem.
A Rússia também fez uma proposta de um cessar-fogo parcial de "dois a três dias". A trégua seria feita em alguns setores do front. A Ucrânia, entretanto, insiste em uma trégua total e incondicional, o que foi rejeitado pelos russos.
Os negociadores russos entregaram um memorando aos ucranianos com propostas para um possível cessar-fogo total. O documento apresenta duas opções de trégua, segundo a agência de notícias estatal RIA.
A primeira exigência é que a Ucrânia inicie a retirada completa de todas as suas forças de quatro regiões que a Rússia reivindica como seu próprio território. A segunda seria um "pacote" com diversas condições, como a suspensão da mobilização ucraniana, fim da ajuda militar externa, libertação de prisioneiros, revogação do estado de guerra e a realização de eleições na Ucrânia em até 100 dias.
Rússia e Ucrânia realizaram hoje a segunda rodada de negociações diretas, em Istambul. A Turquia foi a mediadora da reunião. O ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan, destacou que as discussões "serão determinantes" para o destino comum, "tanto a nível regional como mundial".
As negociações começaram em 16 de maio. Apesar de poucos avanços, os países negociaram a troca de 1.000 prisioneiros de guerra de cada lado.
As posições de Ucrânia e Rússia permanecem em forte desacordo. A Rússia exige, entre outras coisas, que a Ucrânia renuncie definitivamente à adesão à Otan e entregue as cinco regiões cuja anexação ela reivindica e atualmente ocupa total ou parcialmente. Essas condições são inaceitáveis para Kiev, que, em troca, exige a retirada total e absoluta das tropas russas de seu território.
A Ucrânia propôs uma nova rodada de negociações antes do fim de junho. O ministro da defesa ucraniano, Rustem Umerov, reforçou que as delegações deveriam tentar chegar a um acordo para um encontro entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.
(Com AFP e Reuters)