Bocas de urna apontam vitória da centro-esquerda na Coreia do Sul

Pesquisas de boca de urna apontam para uma vitória relativamente tranquila do candidato de centro-esquerda Lee Jae-myung na Coreia do Sul.
Os números indicam que Lee, do Partido Democrata, pode obter mais de 50% dos votos e uma diferença de mais de 10 pontos sobre Kim Moon-soo, do Partido do Poder Popular (PPP).
A eleição foi convocada após o afastamento do presidente conservador Yoon Suk Yeol (PPP), que tentou sem sucesso estabelecer um estado de lei marcial no final do ano ado, mas foi impedido pelo Congresso e pela mobilização popular.
Analistas dizem que a eleição de Lee pode provocar um realinhamento político da Coreia do Sul, que se aproximou dos EUA e do Japão e se afastou da China durante o governo de Yoon.
Durante a campanha, Lee defendeu uma posição mais neutra em relação à China e disse que a posição do governo anterior em relação ao Japão era de "subserviência".
Mortos à espera de comida
Mais 27 pessoas foram mortas e cerca de cem feridas por soldados israelenses perto de um ponto de distribuição de comida no sul da Faixa de Gaza, segundo as autoridades de saúde locais.
As forças armadas de Israel dizem que os soldados dispararam depois de identificar "vários suspeitos" e que estão investigando os relatos.
É o terceiro dia seguido com mortes em episódios semelhantes, com um total de vítimas fatais que já a de 50.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que os "ataques mortais" contra civis nas proximidades dos centros de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza constituem "um crime de guerra".
A operação de distribuição de comida e medicamentos teve início há uma semana, depois de dois meses e meio de bloqueio total do território por Israel, o que deixou os mais de 2 milhões de palestinos sob a ameaça da fome.
A entrega está a cargo de uma empresa com sede nos EUA chamada Gaza Humanitarian Foundation, sem a participação da ONU.
Governo holandês à beira da queda
O líder do Partido Pela Liberdade (PVV, na sigla em holandês), Geert Wilders, de extrema direita, deixou a coalizão de governo nos Países Baixos, o que deve provocar novas eleições.
A renúncia de Wilders foi causada pelo que ele chamou de demora do governo em colocar em prática uma política de imigração mais rigorosa.
O PPV venceu as últimas eleições, há 18 meses, embora não tenha conseguido indicar o primeiro-ministro, e continua liderando as pesquisas de intenção de voto.
Nos últimos meses, porém, os partidos de oposição liderados pelos social-democratas, de centro-esquerda, conseguiram avanços.
A crise política no país dono da quinta maior economia europeia ocorre em contexto de avanço da extrema-direita no continente.
Ontem, a Polônia elegeu o presidente Karol Nawrocki, irador de Donald Trump; no mês ado, o Chega obteve seu melhor resultado nas eleições portuguesas; e em fevereiro o AfD (Alternativa para a Alemanha) dobrou seu resultado em relação às eleições anteriores.
Rússia e Ucrânia sem acordo
A segunda reunião direta entre negociadores russos e ucranianos, realizada ontem em Istambul, terminou sem avanços substanciais em direção a um cessar-fogo.
Os dois países apenas concordaram em trocar todos os prisioneiros feridos e menores de 25 anos, além de 6.000 corpos de combatentes de cada lado.
Após o encontro, a imprensa russa publicou uma lista de exigências feitas por Putin para qualquer cessar-fogo.
Elas incluem a retirada das tropas ucranianas das quatro regiões istrativas reivindicadas pela Rússia e seu reconhecimento como território russo, suspensão total das sanções internacionais, renúncia pela Ucrânia da exigência de indenização de guerra, limitação do exército ucraniano e desistência da adesão a alianças militares, como a Otan, entre outras.
As demandas já foram classificadas pela Ucrânia como inaceitáveis no ado. Ontem, Zelensky voltou a apelar a Donald Trump para que os EUA "tomem medidas fortes e apoiem [mais] sanções para forçar a Rússia a pôr fim à guerra".
Ataque antissemita nos EUA
A procuradoria do condado de Boulder, no Colorado, denunciará Mohamed Soliman pelo crime de ódio racial entre outras acusações.
Ele confessou o ataque de domingo com coquetéis molotov que deixou oito pessoas feridas durante um ato que pedia a libertação pelo Hamas dos reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza.
Se condenado por todas as acusações, ele pode pegar 600 anos de prisão.
Segundo o FBI, Soliman disse ter planejado o ataque por mais de um ano e que estava esperando a formatura de sua filha para executá-lo.
De acordo com Bishop Grenwell, procurador federal no Colorado, Soliman afirmou que realizou o ataque por odiar o que chamou de "sionistas".
A investigação sobre o incidente ainda está em curso, mas um porta-voz do FBI afirmou que, aparentemente, Soliman atuou sozinho.
Na semana retrasada, em Nova York, dois funcionários da embaixada de Israel em Washington foram mortos por um americano de sobrenome latino que gritou "Palestina livre" ao ser detido.
Família exterminada em Gaza
O médico palestino ferido em um ataque israelense que matou nove de seus dez filhos no dia 23 morreu no sábado em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Hamdi al-Najjar, de 40 anos, voltava para casa depois de deixar sua mulher, também médica, no hospital quando sua casa foi bombardeada.
As crianças mortas tinham entre seis meses e doze anos de idade. Única criança sobrevivente, Adam, de 11 anos, foi gravemente ferido e ainda está internado em estado grave.
Na ocasião do ataque, as forças armadas de Israel disseram que "uma aeronave atingiu vários suspeitos identificados em um prédio próximo às tropas na área de Khan Younis, uma zona de combate perigosa que havia sido evacuada previamente de civis para sua proteção. A alegação de dano a pessoas não envolvidas está sendo analisada".