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EUA suspendem vistos para estudantes e vacinas contra covid

Spencer Platt / Getty Images via AFP
Imagem: Spencer Platt / Getty Images via AFP
do UOL

Do UOL

28/05/2025 10h18

O governo Trump ordenou às embaixadas americanas que suspendam os processos de concessão de visto para estudantes estrangeiros.

O objetivo da paralisação é dar tempo para o Departamento de Estado expandir a checagem do conteúdo das redes sociais dos aplicantes.

A ordem, que não foi divulgada, mas a que vários veículos de imprensa dos EUA tiveram o, é assinada pelo secretário Marco Rubio.

As entrevistas de visto já marcadas podem ser realizadas, mas os processos que não chegaram a essa fase devem ser interrompidos.

Questionado, o governo não explicou quais seriam os critérios para a avaliação das postagens nas redes sociais e para uma eventual recusa na concessão de vistos.

Em casos anteriores, autoridades do governo Trump disseram que portadores de visto de estudante e de green card estão sujeitos à deportação por apoiar os palestinos ou criticar a conduta de Israel na guerra em Gaza.

Trump também tem criticado posições vistas como de esquerda em geral. Anteontem, em sua rede social Truth, ele atacou o que chamou de "escória que tentou destruir os EUA nos últimos quatro anos com suas mentes de esquerda deturpadas".

Crianças e grávidas sem vacina

A imunização contra covid para crianças e grávidas saudáveis deixará de fazer parte do calendário de vacinação recomendado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

A decisão foi anunciada ontem pelo secretário de Saúde dos EUA, Roberto F. Kennedy Jr (RFKJ) , na rede social X.

Foi a primeira vez que uma decisão do tipo, que afeta a distribuição de vacina pelo setor público e sua cobertura pelos planos de saúde, foi tomada pelo secretário da Saúde.

Normalmente, a decisão sobre a recomendação de vacinas é responsabilidade do diretor do CDC, posto que está vago.

Uma reunião de especialistas da agência estava marcada para junho, mas foi atropelada pelo anúncio de ontem.

No vídeo, RFKJ disse que não há evidência científica que recomende a vacinação dos dois grupos. Segundo o próprio CDC, porém, a covid durante a gravidez está "associada a vários desfechos adversos, incluindo pré-eclâmpsia, parto prematuro e morte do feto".

Desde a sua posse como secretário de Trump, RFKJ deu declarações desacreditando a vacina contra o sarampo e atacou os funcionários responsáveis pela avaliação de medicamentos e imunizantes sem apresentar evidências.

Caos e feridos na distribuição de comida em Gaza

O caos no primeiro dia completo de entrega de ajuda humanitária aos palestinos pela Fundação Humanitária para Gaza, uma empresa privada contratada por Israel, deixou pelo menos 47 feridos ontem no sul da Faixa de Gaza, de acordo com a ONU.

Autoridades de saúde palestinas dizem que uma pessoa também foi morta.

Milhares de pessoas desesperadas por comida avançaram em direção a um dos quatro postos de entrega, todos no sul do território, para onde Israel planeja deslocar toda a população da faixa.

Soldados israelenses responderam com tiros.

Segundo um funcionário do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a maioria dos ferimentos foi causada pelos disparos. Israel diz que seus soldados dispararam para o ar.

A ONU não está participando do processo e acusa Israel de usar a distribuição de comida para atingir seus objetivos militares. Israel afirma que o esquema visa evitar que o Hamas controle a distribuição da ajuda.

Chanceler alemão diz que ações em Gaza são incompreensíveis

O primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, disse ontem que "não consegue mais entender" qual é o objetivo das ações do Exército de Israel na Faixa de Gaza.

"Causar tanto sofrimento à população civil não pode mais ser justificado como um combate ao Hamas", disse Merz em uma entrevista coletiva na Finlândia.

Horas depois, o ministro alemão das Relações Exteriores, Johann Wadephul, ameaçou adotar medidas contra Israel e disse que a Alemanha não exportará armas usadas que serão usadas para violar as leis humanitárias.

As declarações são as mais fortes já dadas por autoridades alemãs contra Israel e ocorrem uma semana após movimento similar dos líderes de Grã-Bretanha, França e Canadá.

A fala de Merz foi considerada histórica pela imprensa alemã, pois o país é o aliado mais próximo de Israel na Europa e segue uma política oficial de "responsabilidade especial" com o país por causa da culpa pelo holocausto nazista.

Em resposta, o embaixador isarelense em Berlim, Ron Prosor, disse que "quando Friedrich Merz faz essa crítica a Israel, nós ouvimos com muita atenção porque ele é um amigo."

ONU prevê aquecimento sem precedentes nos próximos anos

Há uma probabilidade de 70% de que o aquecimento global supere o 1,5ºC acima da era pré-industrial entre 2025 e 2029, afirmou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da ONU.

"Acabamos de viver os 10 anos mais quentes já registrados. Infelizmente, este relatório da OMM não apresenta indícios de que vai mudar", afirmou a secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett.

Limitar o aquecimento a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais era a meta mais otimista prevista do Acordo de Paris, de 2015.

O relatório indica, pela primeira vez, a possibilidade da superação do limite de 2ºC nos próximos 5 anos. Apesar da probabilidade baixa, menos de 1%, a informação foi classificada de "um choque", por Adam Scaife, do Serviço Meteorológico do Reino Unido.

O especialista lembra que, há uma década, a probabilidade de que um ano superasse a marca de 1,5ºC também era muito baixa, mas isso aconteceu pela primeira vez em 2024.

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